quinta-feira, 2 de abril de 2009

O INÍCIO DA CRISE

Estamos em meio a uma crise econômica mundial. Jornais, noticiários, mesa de bar. Somos bombardeados a cerca de 6 meses com notícias sobre a crise que teve início nos EUA, oficialmente, no final de 2008.
Em 2001, segundo o Nber (Escritório Nacional de Pesquisa Econômica, EUA), a economia americana entrou em recessão em consequência do “estouro da bolha” das empresas ponto com. Para impulsionar a economia, o Fed Reserve, Banco Central Americano, iniciou uma sequência de cortes na taxa de juros, chegando a 1% entre junho de 2003 e junho de 2004. Esse período foi suficiente para alavancar a economia com circulação de crédito em todos os setores. Fundamentalmente, no mercado imobiliário.
As companhias hipotecárias passaram a explorar o segmento de clientes “subprime”*. Gestores de fundos e bancos começaram a comprar esses títulos hipotecários, permitindo que uma nova quantia de dinheiro fosse emprestada, antes mesmo do pagamento do primeiro empréstimo. Olha a bola de neve ai! *Subprime - Clientes com maior risco de crédito que pagam taxas de retorno mais altas
O retorno em cima desses papéis (chamados de derivativos*) era altíssimo, tanto que outros gestores passaram a comprá-los dos primeiros, gerando uma cadeia de venda de títulos. *Derivativos – são papéis cujo valor é derivado de outros ativos. Instrumento financeiro de risco principalmente no complexo mercado financeiro globalizado. Risco alto – Retorno alto.


Em 2006, o mercado imobiliário já saturado entrou em declínio, ao mesmo tempo em que a taxa de juros já havia subido para 5,25%. Os reajustes feitos nos contratos de hipoteca, inviabilizaram o pagamento das prestações. Surgiu ai o aumento da inadimplência.

Se o tomador, “a ponta” desse processo, não consegue arcar com a dívida, dá início ao não-recebimento por parte dos compradores dos títulos (bancos e gestores, mais conhecidos com bonecões de neve), dando início a um ciclo que faz com que todo o mercado tenha medo de comprar ou negociar os “subprime”.

O primeiro sinal da crise veio em agosto de 2007, quando o banco BNP Paribas Investiment Partners, alegando dificuldades em avaliar os valores dos investimentos ligados as essas hipotecas, anunciou o congelamento de 3 fundos. Esse sinal foi suficiente para instalar pânico no mercado. Na sequência, 2 das maiores empresas do mercado imobiliário tiveram problemas. A AHM pediu concordata enquanto a Contrywide Financial foi comprada pelo Bank of America.

Os próximos a sentirem as conseqüências, foram os bancos. Após a quebra do Lehman Brothers em Setembro de 2008, os principais grupos financeiros do mundo que já vinham sofrendo abalos com a crise, entraram em um ritmo de perdas acelerado. Empresas como Citigroup e Bank of America (o mesmo que havia comprado o Contrywide), precisaram recorrer a ajuda do governo.

A indústria automobilística foi atingida em cheio pela crise na concessão de crédito. GM, Chrysler e Ford foram algumas das montadoras que também recorreram a ajuda financeira do Governo.

Em números, a crise que se espalhou por todos os setores da economia, derrubou o PIB americano em 3,8% no último trimestre de 2008 e havia 2,6 milhões de desempregados, maior número desde o final da 2ª Grande Guerra.

Arte Folha

NÃO PERCAM NOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS
- O efeito da crise no mundo.
- O efeito e medidas tomadas pelo Brasil para enfrentar a marola.
- Por que o sistema financeiro é tão frágil?
- Luz no fim do túnel?

Um comentário:

Anônimo disse...

Vc está em crise? Acho que todos estamos.
Precisamos mais uma vez confiar no eu de cada cidadão do Brasil e na coragem de cada um em confiar em si e enfrentar seus problemas de frente, sem medo de que podemos ser melhores. Quem sabe se não é desta vez que o Brasil decola.