sexta-feira, 24 de abril de 2009

NÃO SOMOS SÃOS

Qual a sua doença?
O uso de passagens oficiais para fins pessoais é mais um capítulo do festival de escândalos que alguns parlamentares dos mais diferentes partidos promovem com o nosso dinheiro. Entre viagens ao exterior pra família, amigos, estrelas televisivas, modeletes de plantão e conhecidos, a reação típica dos envolvidos é a negação. Depois reconhecem o fato, mas dizem que não é ilegal. O próximo passo é: Ta bom vai... Vou pagar.
Esse é apenas mais um dos escândalos promovidos pelo Congresso. Segundo o jornalista Fernando Rodrigues, até agora, 2009 já acumula 34 no total, entre empregadas domésticas lotadas em gabinetes, uso da gráfica oficial para imprimir material promocional, castelos, mansões e horas extras nas férias. Escândalos descobertos, diga-se.

Com a crise ética, a opinião pública cobra medidas moralizadoras por parte do Congresso Nacional. Entre discutir se os R$ 15 mil que os parlamentares recebem, SEM INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. serão ou não incorporados ao salário de R$ 16,5 mil e quem, afinal de contas, pode ou não viajar com as passagens oficiais, não há esperança de que muita coisa seja feita. No próximo escândalo, mudam-se os holofotes de lugar e lá vai toda essa baderna pra baixo do tapete.

O que se fala sobre a “Farra Aérea” é que as passagens oficiais (BENEFÍCIO), a que os parlamentares têm direito através de uma cota mensal e, não sendo utilizado, acumulam para o mês seguinte. Dizem também que os deputados e senadores emitem seus bilhetes em benefício de terceiros para viagens a lazer. E há indícios de que há parlamentares que negociavam essas passagens com agências de viagem, sem que o comprador final fizesse a menor idéia. Não é ilegal. É imoral. É antiético.

Mal comparando, vamos falar de outro BENEFÍCIO. A maior parte das empresas privadas fornecem a seus funcionários um valor referente a refeição. Essa verba, garantida por lei, visa garantir que o funcionário consiga fazer uma refeição completa, durante seu período de expediente, de forma que garanta plenas condições de trabalho eficiente. É um benefício para fim específico, certo?

Pois bem. Se não utilizado durante o mês, acumula pro mês seguinte. Pode ser utilizado num belíssimo jantar com sua família e amigos. Amantes e conhecidos. E a julgar pela quantidade de “homens-placa” dizendo que compram esses benefícios, não dá pra duvidar que haja quem venda. Não é ilegal. É imoral. É antiético.

A crise ética não está só no Governo. Isso é contagioso. Invadiu as cidades, vilarejos. E é por isso que sabemos que nada será feito. O governo é uma empresa como outra qualquer e são os cidadãos quem devem acompanhar a “produção” de seus funcionários. Que precisam acompanhar se as “metas” foram cumpridas. Cobrar resultados e penalizar abusos. Só que a grande maioria dos “fiscais” fariam o mesmo se estivessem lá. Ou vai me dizer que trata-se apenas da quantidade de dígitos antes da vírgula?

Quem resta pra seguir de exemplo?

“O que está acontecendo com este país afinal de
contas?


É um fio de arame sem fim, é uma corda bamba que não
acaba, é uma crise atrás da outra. Esta situação não tem um nome claro, isso que é o pior. Como chamar isso? Chamar de crise, de horror, de tragédia infinita... Qual o nome?


O pior é que esta coisa nos dá a sensação de alagamento,
de entupimento, de que nada acaba nunca. De que nada se conclui, de que nada se resolve.


O que estará acontecendo com nossas cabeças, nossas
almas, nossa vida interna? Nosso organismo diante desses horrores que vemos sem poder fazer nada. Que doenças essa fieira de erros nos provoca? Que febres?
Que miasmas?

Ver, por exemplo, o presidente do senado falando e
manobrando os escândalos para que nada aconteça no final. Que bactérias nos atacam ao ver o Lula distribuindo dinheiro para os municípios sem parar para ter votos em 2010? Ou sei lá, o Maluf negando ter conta com todos os países prontos para prende-lo se ele aparecer por lá. O que vai nos acontecer apalermados
diante disso?


Esse contato permanente com a mentira, este veneno que as noticias lançam em nossas almas provocam muitos danos em nossa saúde. A gente não percebe, mas vai ficando mais maluco, ou mais fraco ou mais cínico.

Vamos ver, em qual doença você se enquadra? Alguns já se
enquadram na enfermaria dos vingadores de direita e pensam: Tem mais é que matar esses canalhas. Bala neles. Isso é uma doença e já passa por nossas cabeças. É a chamada Síndrome da China, ou melhor, inveja da China porque por lá essa turminha já tava toda ajoelhadinha com bala na nuca. Mas não, temos que resistir tomando o elixir da democracia.


Outros ficam com a doença da impotência. A brochura política: É assim mesmo, não há o que fazer. Outros mais radicais são os suicidas vivos: Ainda bem que eu vou morrer um dia e parar de ver isso. Outros ficam cínicos: Vou meter a mão na cumbuca também. Já que pra roubar, meu pirão primero. Não vou amar, não vou respeitar mais
nada.
Outros querem ditadura, militares, Chaves... Fecha tudo, fecha o
Congresso, fecha!


Outros vão morar no mato. Outros, atrabiliarios, ou
seja, com o fígado negro, a chamada hepatite Brasil. Outros riem muito. Outros ficam alcoólatras, maconheiros. Ou então vão fumar craque que já está chegando aqui ao Rio de Janeiro.


Outros simplesmente desistem de pensar e ficam olhando o nada.

São muitas as doenças. Qual a sua doença?” - Jabor - CBN - 17/04/2009

DE QUE VALE A LUTA NA MESA DO BAR?

Um comentário:

Guedes disse...

Touché... Concordo, concordo e concordo também. Evitaria apenas o Jabor, rsrsrsrsrs.

Adoro vir aqui.
Saudades de você.
Beijãozão