quinta-feira, 24 de setembro de 2009

DO BAÚ

Era 2001. Outono.

Quero ouvir canções.
Quero ouvir a sua voz.
E que me fale de esperança
E me faça ver no rosto daquela criança
A lágrima que o sorriso da sua omissão faz esconder.
Estou cansado do não é daqui
E de não fazer parte de mim.
Quero de volta a alegria que se perdeu
Talvez com o seu olhar.
Não, não foi bem assim.
Me fez crescer, me ensinou a perder
E a conhecer um mundo bem mais real do que eu gostaria.
Que eu invente um mundo melhor então,
Mesmo que ele seja só meu.
Mesmo que só nele esse amor seja possível
E passível de tornar-se canção.
E quando o medo da solidão chegar
Que eu não esqueça do que senti.
E quando o medo paralisar
Que ao menos meus olhos possam alcançar
A ternura por trás daquela lagrima.
E quando o medo da solução chegar
Que eu não esqueça da alegria
Que senti em cada busca.
E que essa alegria seja a mola propulsora
Das descobertas que estão por vir.
Das janelas, das lacunas, das loucuras
Que me esperam e espreitam.
E que eu amanheça em paz
E que eu possa compor uma nova canção
Real também a ti.

Direto de algum ponto perdido e definitivo